quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Árvores



Nunca aprendi a subir em árvores. Sempre tive medo das folhas cobrindo a minha mente, minha cabeça perplexa, confusa e complemtamante cheia. Em alguns momentos, tinha um impulso de tentar, mas, hesitante, nao conseguia. Ia para casa, corria pelo jardim. Me sentia refem em uma vida em que eu, como uma criança, nao poderia me aventurar como os outros. Coçava a cabeça com um sinal pensativo implodindo em mim. Já não estava preparado para lidar com as pessoas das mesmas idade. Ora conversava com um, com outro. Desenvolvia o hábito da fala. Mas um hábito tão amedrontado.
Ora lia livros, ora não preocupava. Até ouvir palavras novas. Abraçava os livros com uma paixão absoluta e possessiva. Chegava a ser egoísta com as minhas próprias leituras. Talvez quisesse que as palavras fossem só minhas. Quem sabe cada caractere seria meu, mas apenas num plano mental. Ou até me esqueceria das exatas palavras, mas lembraria da história, do seu contexto, do seu paladar. Não tão gustativo, nem tão palpavel, mas ainda como um fragmento ali, guardado.
Um dia, mais a tarde, começou a chover. Estava descalço, sujo, empoeirado pelo ato tão sadio de brincar incessantemente. Tinha receio até da chuva. Ela poderia me molhar sim, mas por hora não me traria nenhum malefício. Só o excesso das coisas é que me trazia uma total agonia. Adestrei-me assim. E nao poderia mudar sequer por um minuto?
Continuava a chover...meu corpo ainda quente e eu, ali, para fundir o contraste da temperatura corporal com a provavel frieza aguda de uma chuva que não dava tregua. Mas, pela primeira vez resolvi me permitir. E então, entrei ali, fiquei por alguns minutos. Meu corpo, ardia a cada instante que ficava naquele ambiente, pensei que não iria aguentar mais. O impacto era intenso. Pois então, explodi. Explodi tanto que me tornei parte daquele fenomeno natural. Até porque arco-íris vem e vão, e se originam dos antônimos, dos objetos antagônicos da natureza. Porém, se vão, sendo para sempre inesquecíveis. Com suas cores inseparaveis. Não há arco-íris pela metade. Uma essência sem vontade. Um aprendizado sem dor. E não há, muito menos, um êxito sem sequer, tentar.

2 comentários:

  1. Nostalgia de minha infância T_T'
    Vc escreve mt bem, Will... seu jeito subjetivo nos remete suas palavras a nossas próprias realidades, o q é um dom *-*
    Parabéns! *3*

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  2. wiiill...tá lindo o texto.
    mas posso fazer uma crítica construtiva?
    acho q se perdeu um pouco....o foco era a metáfora da árvore, q incluvise dá título ao texto, só q termina focando o arco-íris.. acho q faltou uma ponte.
    só uma dica, ok?
    ressuscitei meu blog...dá uma passada por lá..só clicar aqui no meu nome.
    Beijos amigo :*

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