quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Janelas Pt. II


E a janela estava ali, a me atormentar com a sua presença. Os vertices do quarto me inspiravam a fazer cálculos periféricos, horizontes geométricos. Tateando mais uma vez no escuro toda aquela falta de nexo das minhas próprias ações. Ela me observava, agora não com aquela alegria que me foi atraída pela primeira vez. Era como se o reverso tomasse um contrapeso para as minhas inócuas reminiscências. Lá estava eu, a janela sóbrio, o vazio pesado e eu. Às vezes pensava que estava que não conseguia enxergar nada, mas quem sabe, eram só meus olhos fechados, com medo de enxergar a realidade e por fim, voar. Não como os pássaros, mas como aqueles baloes que são levados por brisas ou até mesmo pelo vento intenso. Estão submetidos ao que vier, a chuva que insiste em cair, à sorte.

Sempre.


Como se apropriar da loucura? Primeiramente, é necessário analisar o que é a loucura. Alguns, acreditam que a loucura seja uma patologia, algo que foge à normalidade e aos padrões da sociedade, dos esteriótipos. Focault ainda propõe ainda mais sobre uma perspectiva muito mais relativista sobre a ciência e sim, coloca no mesmo patamar todos os tipos de conhecimento.
Acredito que as pessoas também deveriam ser tratadas assim. Apesar dos pesares, das diferenças, divergências que existem em cada ser humano, todos somos iguais. Somos parentes genéticos e devido a toda a essa semelhança gigantesca das sequências de DNA, somos mais do que Timina, Adenina, Guanina e Uracila. Somos uma essência vasta entre uma multiplicidade de escolhas, de palavras, de descobertas, de vida. Construindo, nos reconstruindo e sem dúvida, nos permitindo. A cada gesto e passo inconsciente que damos.
Até porque se apropriar da loucura não é um estado patológico e sim, um estado de risos vigente, constante, eterno. Girando completamente por uma gama de alegria e diversidade. Porque querendo ou não, a rotação é contínua.

Interfaces


Acredito que tudo tenha o hábito de mudar. A cada segundo adquirimos um novo gesto, compomos um neologismo, tanto nas palavras quanto nas ações e por fim, nos permitimos. Às vezes até inconscientemente, adquirimos novos aspectos na nossa aparência, novas nuances nas metáforas que antes eram arcaicas, mas hoje, se adaptam, se transmutam, se inovam. E acho que esse é o verdadeiro sabor da vida, o sabor ora amargo, meio ácido, ora doce. Porque não há nada mais bonito do que ver o sorriso de quem se ama, do que provar dos gostos mais simples de um verdadeiro amor. Acho que devemos raramente nos prepararmos para algo, até porque é melhor quando há a surpresa, ou improvável e até sim, aprendemos e apreendemos novas coisas. Há mais no sonho do que no real. Nele não temos fronteiras para mostrar quem somos. Porém, é na realidade que nos expomos e é nela que podemos escolher: nos mostramos ou nos escondemos, sem brilhar.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Ações

Às vezes me frustro um pouco com meu jeito de lidar com certas coisas e pessoas. Talvez se eu mentisse, ocultasse ou transpirasse um pouco menos toda essa verdade que me compõe,quem sabe não teria menos chateações e problemas. Se ao menos um dia pudesse não sentir com tanta intensidade, respirar sem tanta fugacidade...A vida nos reserva o melhor, mas temos que procurar por ele, alcança-lo. Estou insatisfeito porque quero um pouco mais de tudo e sempre tem um obstaculo. A questão não ultrapassa-lo. É sim, enfrenta-lo. A vida traz quem a gente merece. Uma dica.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Hélices

Um dia estava pensando acerca de como as pessoas se movimentam através das suas estruturas, de como se organizam para se tornarem pessoas melhores ou quem sabe não agir, acomodarem-se. Algumas pessoas são motivadas por um único objetivo: trabalhar todo o mês, pagar o alguel da casa, apartamento e enfim. Alimentar os vícios, se houver e não estudar, porque acha entediante ou talvez até monotono. Nos finais de semana a mesma farra linear, as bebedeiras, as voltas pra casa tarde.
Outras, já vivem numa coisa que me deixa demasiadamente estupefato! A determinação para galgar novos espaços. Mesmo que seja só um décimo de avanço, para essas pessoas, será o suficiente. É isso que me orgulha porque me espelho nessas pessoas, para alcançar uma perspectiva cada vez mais elevada, criando meus próprios esquemas e não deixando com que caia num dilema que não me faz avançar em nada, apenas regredir. Quero o Sol da manhã, me dedicar a tudo que quero para conseguir com meu esforço e carregar o próprio peso das minhas responsabilidades. É assim que a vida acontece: no chão ou fora dele, deve-se voar, principalmente pelo pensamento.

Reconstrução

Todo o calor que provém de mim, ultimamente, é o protesto de uma dilatação imensa advinda de uma de uma vontade de mudar imensa, que se contrapõe com toda a hesitação, ou talvez, até como se algum órgão do meu ser estivesse amputado, impotente, inerte. Até então, a revolta era maior com o simples discurso, com as falas soltas. Porém, elas traduziam apenas o comodismo, talvez até, o simplismo e externavam uma vontade de partir para novos rumos que acabam se tornando um tanto quanto vagos. Não gosto de ser aspero, mas não acredito em sentimentos repentinos, em amores platônicos pré-definidos ou em simplesmente palavras que só servem para se encaixar em textos reflexivos, conquanto, mostram a fraqueza do ser humano em apenas dizer. Só me motivo porque há o cansaço dos velhos hábitos, do mesmo habitat, do mesmo afunilamento que vem ser tornando cada vez mais constante. É assim que conquistarei um Universo amplo e meu. Sou possessivo com as minhas conquistas e com o meu próprio mérito. Não há hora melhor para se viver e tornar os planos aplicáveis, do que o agora.