quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Janelas Pt. II


E a janela estava ali, a me atormentar com a sua presença. Os vertices do quarto me inspiravam a fazer cálculos periféricos, horizontes geométricos. Tateando mais uma vez no escuro toda aquela falta de nexo das minhas próprias ações. Ela me observava, agora não com aquela alegria que me foi atraída pela primeira vez. Era como se o reverso tomasse um contrapeso para as minhas inócuas reminiscências. Lá estava eu, a janela sóbrio, o vazio pesado e eu. Às vezes pensava que estava que não conseguia enxergar nada, mas quem sabe, eram só meus olhos fechados, com medo de enxergar a realidade e por fim, voar. Não como os pássaros, mas como aqueles baloes que são levados por brisas ou até mesmo pelo vento intenso. Estão submetidos ao que vier, a chuva que insiste em cair, à sorte.

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