quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Instinto de panda


Eu, sinceramente, não sei como se comporta um panda no seu habitat natural. Na verdade, sei muito pouco sobre a vida animal. Porém, sei um pouco - ainda que o pouco seja muito pouco para toda a vasta vivência que me espera - da vida humana. Até é um contra senso porque muitas das atitudes humanas têm se assemelhado com as dos animais. Ou melhor: os comportamentos catalogados para os animais irracionais são invertidos ou peculiares da raça humana.
Tô mais pro instinto de panda: abraçar todos, ficar feito um bobão por aí...Mesmo que não seja essas as características principais desses animais, prefiro pensar, rotular assim. Afinal, fica mais fácil pra pensar, pra fazer o raciocínio e quando perguntarem sobre a pulsão Freudiana, que nada, é tudo puro instinto de panda. Porque a rotina dos dias é o sorriso, a presença das lágrimas é apenas algo que deve ser considerado como "de vez em quando" ou "isso acontece".
Assim, torna-se muito mais prática a forma de se pensar sobre um conceito tão comezinho, que, porém, acaba-se tornando engraçado. Respirar não é o suficiente: deve-se observar atentamente cada cheiro ou odor, sentir cada batida mínima do coração. Às vezes, corremos tanto, que nos esquecemos do motivo mais especial para toda a nossa existência: a vida.

Devaneios


Já parou pra pensar como a maioria das coisas são demarcadas em nossa vida? Em uma antiga reminiscência do 'Pequeno Príncipe'parei para refletir: os números, em sua vasta imensidão e complexidade, às vezes, não traduzem ou não servem para nada. Em muitos momentos ouvi coisas do gênero: "você é muito novo(a) para namorar", ou seja, quer dizer que tem uma idade certa para encontrar o novo amor? Ou então: "esses 10 quilos fizeram diferença", quer dizer que, se eu perder peso vou estar aceitável ou mais bonito? Para sociedade ou para mim?
O que me indago - desde de pequenos raciocínios até aos mais complexos - é que, devemos sempre fazer escolhas para as nossas vidas e, na maioria das vezes, elas tendem a ter uma única via: ou se agrada aos outros ou a si mesmo. E por que não a si mesmo? Não é você que terá de encarar as consequências das suas próprias escolhas? Seja qual for o peso que lhes fora conferido. Porém, ser esteticamente saudável, sexualmente ativo não é pressuposto nenhum para que esteja bem por dentro. Lógico, há diferenças rasuáveis para cada necessidade, vontade e desejo do ser humano. Afinal, a diferença é um elemento que nos torna únicos. Imprescindível é a distinção entre os elementos tênues que fazem parte de você, dos outros e da sociedade. Alguns valores são adaptados para se conviver em boa sociedade. A numeração da idade, realmente, diz algo sobre o que você é? Para mim, serve apenas para se contar rugas, para poder frequentar ambientes restritos para maiores de idade e talvez, até, para se elencar uma relativa experiência - mesmo com suas diversas ressalvas, que fique dito.
Conquanto, o mais importante aqui é refletir o que há dentro de nós, se, talvez, a ânsia capitalista nos tenha incutido os números de uma extensa mais valia e nos fez esquecer como é bom conhecermos o que há dentro de cada um, as minúcias e diferentes perspectivas, vendadas para enxergarmos apenas o horizonte verticalizado e que torne certos conceitos uma penumbra. Sonhar às vezes é bom e, em certos momentos, nos iludir. Porque o néctar da vida é isso, mas, sem pecar pelo excesso.