Ávido e contemplativo estava eu, a observar o céu. Sob o gramado, o deleite de existir. Mas, ainda não era o suficiente. Quando parava de pensar, parecia que como em um esturpor perdia a respiração e sem entender, percebia, caía deitado pelas folhas secas advindas da primavera. Os cânticos primaveris dos pássaros me soavam tão gentis. Assim como um anfitrião convida para um festa agradável ou até, um par especial o convida para uma dança que, ao olhar os olhos brilhando do outro, não há como renegar. É assim que que o céu nos convida para o observar. Sempre com nuvens de diversas formas, diferentes perspectivas. Intensas demais para terem uma multiplicidade para nós. Talvez um elefante, um gato ou até rinoceronte seja visto por nós. Ou quem sabe, uma figura abstrata que nos relembrará algo ou por fim, nos aliviará por não lembrar absolutamente nada.
E é aí que está a minha maior angústia. Queria com as palmas da minha mão poder abarcar toda a imensidão de um vasto horizonte. Assim, poderia brincar com meu próprio quebra-cabeça azul. Montando peças, revirando nuances, tons. Conquanto é isso que me faz me motivar a cada dia mais em me construir para que compunha não um céu exposto. Mas o meu próprio céu, o meu âmago, meu eu.
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