quarta-feira, 14 de julho de 2010

Processos


Estamos sempre enfrentando processos. Alguns, demoram mais tempo, a justiça é tarda e muitas vezes falha. Foi assim que ele começou seu dia, com passos largos, com um leve pessimismo. Seu juízo dependeria do julgamento, de uma série de pontos de vista dos acusadores e ele como réu, deveria calar-se, aceitar a pena prevista e assim, continuar a seguir seu caminho.
Cada rua, cada faixa de pedestres parecia não ter fim ao ponto que chegava ao seu destino. Resolveu por si não ter nenhum advogado, para não prejudica-lo e nem consumir ônus nem qualquer outra despesa. Iria sozinho.
A partir daí a adrenalina corria pelas veias e nada mais lhe vinha a cabeça. Apenas o julgamento alheio. O peso que para ele de certas coisas era tão desconhecido, para os outros, os seus juízes era extremo peso, de um valor penoso e pejorativo. Porém, se deu conta de que todos somos seres humanos. Muitos passamos por fases similares a de outras pessoas. E decidiu, por fim, parar por ali, tomar um capuccino bem quente, para acalmar o frio que o congelava.
Decidiu não ir ao seu destino, que no final, não era nenhum. Não precisava se explicar a ninguém, dar satisfações ao juízes da vida. Eles não sabem de nada. Não precisamos provar nada a ninguém, apenas a nós, dentro dos nossos próprios limites de compreensão.

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