quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Obscuro

Escurecia na aparência monótona da minha alma. Deixava-a fugir. Sem a minha permissão ela criava asas e partia ao encontro da sua imaginação. Ouvia lá no fundo do âmago um tic-tac que não me deixava viver. Contava sempre todos os segundos para que eu pudesse acordar e depois, nao viver mais. Quando estou acordado estou em vígila. Repetindo ações, andando sem perceber pelos mesmos quarteirões...Correndo sem direção. Censurando-me. Escondendo-me. Punindo toda a vontade que ainda está vibrante dentro de mim. E em ritmo de dança, me faço refem: dois passos pra lá...Talvez, se eu pudesse dançar mais um pouco com a sombra que corrompe meu constrangimento. Porém, quando chega o dia a sombra se vai e eu fico aqui, sozinho.

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