sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sobre bancos...

Duas folhas de jornal caídas no chão. As notícias a rolar pelos meus pés que nem distiguiam mais o chão, do jornal, do vão. E entre calafrios atormentados lia as manchetes a voarem sobre mim como um dilúvio de desesperanças, uma tempestade de assassinatos morais, talvez banais. As pétalas escuras sob uma primavera em seu inicio a germinar por fim. Talvez só lá. Porque em mim as pétalas ainda continuavam sépia, as palavras, ainda desconexas. Sem acalanto, nem sim. Como as palavras podem soar nos nossos ouvidos num suar tão lento? E ainda me perguntava como a chuva ainda não veio a cair, como o Sol ainda não pode sorrir. Há descompasse entre o meu riso e o sorriso do próprio rei. Enquanto eu aqui, a me desesperar por dentro, a me amargurar no leve compasso do tango. Lá o calor tangia a vivacidade dos corpos, dilatando, enfim, a sensibilidade!

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